Conheça um pouco sobre este grande sucesso do momento.
A febre da Saga Crepúsculo, que tomou conta da maioria dos adolescentes do mundo todo, começou, literalmente, com um sonho. Até 2003, a autora Stephenie Meyer nunca havia escrito nada de importante, além de alguns capítulos despretensiosos. No dia 3 de junho daquele ano ela teve um sonho bem vívido sobre uma garota comum e um vampiro absolutamente lindo e brilhante. Os dois discutiam sobre o quanto estavam apaixonados e o quanto o vampiro desejava o sangue da pobre garota. O sonho transformou-se no capítulo 13 (“Confissões”) do primeiro livro, Crepúsculo.
Crepúsculo deu início a uma febre e rendeu outros três livros - Lua Nova, Eclipse e Amanhecer, todos transformados em filme. Os livros da Saga Crepúsculo venderam mais de 100 milhões de cópias até junho de 2010 em todo o mundo, foram publicados em 55 países, com traduções para pelo menos 38 línguas diferentes. A febre se espalhou pelo mundo. Só no Brasil ela atingiu, no mínimo, 4,5 milhão de pessoas - número de cópias dos quatro livros comercializadas por aqui. Resultado da febre: Meyer foi a autora mais bem sucedida de 2008 e 2009. Ela entrou para a lista das 100 pessoas mais influentes de 2008 da revista Time e ficou com o 26º lugar na lista de celebridades mais poderosas de 2009 da Forbes, entrando no hall das autoras literárias mais bem-sucedidas de todos os tempos. O primeiro lugar continua sendo de J.K. Rolling, criadora da série Harry Potter.
Meyer classifica a saga como "suspense, romance, horror e comédia", mas considera sua obra como "romance acima de tudo", o que, para ela, explicaria o sucesso mundial. A série explora a relação quase impossível de dois jovens - Bella Swan, a típica adolescente americana, e Edward Cullen, um vampiro que tem 17 anos desde 1918. Para acrescentar mais fantasia, ainda há um triângulo amoroso entre Bella, Edward e Jacob Black, um lobisomem que conhece a protagonista desde a infância.
A saga é narrada do ponto de vista de Bella, que se muda para a pequena cidade de Forks para morar com o pai. Na nova escola, ela se sente um peixe fora d’água. Sua vida começa a ficar mais interessante quando conhece Edward e sua família de vampiros "vegetarianos" - eles não se alimentam de sangue humano. Meyer, que é mórmon praticante, fez questão de narrar uma história mais inocente para os jovens. Bella e Edward quase não trocam beijos e qualquer tipo de sexo é inexistente antes do casamento. "Não acho que os adolescentes precisam ler sobre sexo gratuito", defende Meyer.
Os livros trouxeram outra visão sobre vampiros. Ao contrário das histórias clássicas que todos conhecemos, os vampiros de Crepúsculo são em sua maioria os mocinhos da história. Têm dentes fortes, e não presas salientes; brilham como diamantes quando expostos ao sol, em vez de virarem cinzas; não há qualquer menção a caixões, casas sombrias ou alho e estacas; e acima de tudo, eles podem se alimentar de sangue animal. O único jeito de matar esses vampiros é esquartejando-os e queimando cada uma de suas partes - ou pelas garras e bocarras dos lobisomens. "Só comecei a pensar em como meus vampiros eram caracterizados quando soube que Crepúsculo seria publicado. Eu já estava envolvida demais com meus personagens para fazer qualquer mudança grande", afirma Meyer sobre seus vampiros "do bem".
O sucesso da saga trouxe notoriedade à Meyer. Mas também alguns problemas.
Falaremos sobre eles numa outra oportunidade.
Texto de Mariana Noffs
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