quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os 5 erros da vestimenta em ambiente de trabalho




Com a palavra: Érica Minchin

Quanto maior a importância que uma aparência bem cuidada ganha no ambiente de trabalho, maior o risco em relação a inadequação.

A sua roupa pode ser a mais bonita de todas, a mais sexy e a mais moderna, mas, antes de tudo, ela tem que ser a mais adequada ao lugar que você irá com ela. Para um sábado à noite, numa balada, essas características que citei acima são todas muito bem-vindas. Para um dia de semana, no trabalho, não.

Recentemente estive numa grande empresa (não relacionada à moda) e, justo naquele dia, havia uma palestra para profissionais do setor - pelo que pude perceber, repleta de engenheiros, empresários, jornalistas e até pessoas relacionadas à política. Enquanto aguardava na recepção pude ver as pessoas que iam à palestra, as que trabalhavam e até as que se reuniriam com alguém da empresa.

Como pude ter uma visão de diferentes possibilidades dentro de um mesmo local, vou usar esta ocasião como exemplo de algo que vejo diariamente, independente do grau de formalidade da profissão.

A coisa que mais me chamou a atenção, em todos os grupos, foi a quantidade de barrigas de fora. Seguidos pelos decotes, numa disputa acirradíssima.

Eu sou contra isso de "certo e errado" e acredito que cada um tem que fazer o que acha melhor para si, mas, nesse caso, não tem jeito. Pele à mostra tem conotação sensual, portanto decote e barriga de fora e ambiente profissional não combinam! A mesma regra vale para o comprimento das peças. A não ser que você seja modelo, dançarina ou atriz e queira ser lembrada pelo seu corpo e faz dele seu instrumento de trabalho, ou se esse não é o caso, mas você não preza tanto assim a sua carreira, guarde essas roupas para quando quiser seduzir alguém.

Particularmente, não gosto de barriga de fora em ambiente nenhum, não interessando o quão malhada a barriga em questão seja, mas essa é uma questão de gostos e vou me ater apenas ao ambiente profissional nessa coluna.

Quanto ao vice-campeão, eu não me refiro apenas àqueles decotes super profundos, mas vários tipos de decote. Tomara-que-caia, frente única, alcinhas...Nenhum desses foi feito para trabalhar. Salvo quando sobrepostos por um colete, casaco, bolerinho ou qualquer outra terceira peça que não seja retirada até o final da jornada.

Em terceiro lugar vem o ajuste das peças. E aqui eu não digo nem justas do tipo sexies, porque depois de explicar o primeiro e segundo lugares acredito não ser necessário, mas do tipo três-tamanhos-menores-do-que-deveria.

Todo mundo passa por mudanças nessa vida. Alguns perdem peso, outros ganham... Mas as roupas não funcionam desse jeito. É triste, mas aqueles cinco centímetros que a cintura ganhou não foram acrescentados naquela calça tão amada.

Ou então, você não engordou, mas se prendeu aos números. Os tamanhos das etiquetas não querem dizer nada. A indústria não é padronizada como deveria e dois modelos diferente de um mesmo tamanho podem não vestir do mesmo jeito. Se as coisas estão pulando, o zíper e os botões estão abrindo e a costura se desfazendo, é porque está na hora de provar algo maior. Não tenha medo!

Eu já provei uma calça 46 que ficou apertada e uma calça 42 que ficou super larga no mesmo dia, da mesma marca. Se o que está escrito naquele pedacinho de tecido apavora tanto assim, corte.

Garanto que você aparentará ser muito mais magra com uma roupa de número maior que acompanha o formato do seu corpo (sem apertar ou acrescentar nada), do que com uma roupa menor que vai fazer com que gordurinhas que você nem imaginava que existiam apareçam.

Outro exemplo que se esforçou para entrar na listinha foi o uso das roupas esportivas demais. Mistura de estampas super chamativas, blusão de moleton e tênis de academia não foram feitos para escritórios. Talvez para educadores fisicos, ou alguma área muito informal, mas não se enquadra na maioria das profissões.

O moleton já encontrou a alfaiataria e hoje existem paletós, vestidinhos e inúmeras peças feita com o material que aliam conforto e estilo sem ficar com uma aparência desleixada, tornando uma boa opção para locais mais despojados. Eu entendo que algumas profissões exijam que se ande muito o dia inteiro, impossibilitando o uso de saltos, mas ao invés de usar um tênis de corrida, porque não optar por um modelo mais adequado para as ruas, como o converse? Ou ainda, uma sapatilha igualmente confortável mas muito mais arrumada?

Para fechar o top 5, não posso deixar de fora o pessoal das palestras. Esse tipo de ocasião sempre confunde as pessoas, então combinaremos o seguinte: não é porque acontece fora do escritório que deixa de ser um evento profissional. O evento pode até permitir uma roupa mais relaxada, mas você ainda está representando a sua empresa e construindo seu networking. Vista-se da mesma forma que se vestiria para atender um cliente importante. Afinal, nunca se sabe quando ele vai surgir.

O maior equívoco, que não entra pro top 5 porque é hors concours, é não saber que enquanto algumas empresas pedem roupas sociais, outras profissões pedem um figurino mais prático e casual. Se a sua empresa não possuir um dresscode específico, use o bom senso. Uma cortadeira que vai passar o dia inteiro, andando para lá e para cá, se debruçando sobre uma mesa para encaixar e cortar os moldes, e precisa de maior mobilidade não vai usar a mesma roupa que uma executiva de uma multinacional que não requer tanta mobilidade, mas precisa de uma roupa que transmita seriedade, confiança, dinamismo e outros predicados vai usar para fechar grandes contratos com fornecedores e clientes, por exemplo.

Érica Minchin trabalha com pesquisa, criação e desenvolvimento de produtos em moda e ministra cursos e palestras sobre imagem e tendências. Ela ensina que aparência é a ferramenta de comunicação não-verbal mais poderosa e estimula explorar as melhores maneiras de fazer uso dela. Contato: contato@ericaminchin.com



Fonte: Vila Mulher

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